Folha de São Paulo Editoria: Brasil Página: A-12
Com uma emenda de 34 palavras ao projeto que legitima as centrais de trabalhadores, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) iniciou uma das maiores reformas do sindicalismo brasileiro. Acabou com o Imposto Sindical. Sua proposta foi aprovada por 215 votos (com algum apoio do PT) contra 161, e o texto vai ao Senado.
Desde o Estado Novo, cada trabalhador do mercado formal privado tem um dia do suor de seu rosto confiscado a cada ano.
Folha de São Paulo Editoria: Brasil Página: A-12
Com uma emenda de 34 palavras ao projeto que legitima as centrais de trabalhadores, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) iniciou uma das maiores reformas do sindicalismo brasileiro. Acabou com o Imposto Sindical. Sua proposta foi aprovada por 215 votos (com algum apoio do PT) contra 161, e o texto vai ao Senado.
Desde o Estado Novo, cada trabalhador do mercado formal privado tem um dia do suor de seu rosto confiscado a cada ano. É um ervanário de R$ 1 bilhão que vai para um panelão que financia burocracias federais e aparelhos sindicais. Com o novo texto, quem quiser dar dinheiro ao sindicato pode fazê-lo, voluntária e individualmente. Quem preferir, gasta em outra coisa.
Com 53 anos, Augusto Carvalho tem 30 de militância no movimento sindical e presidiu o Sindicato dos Bancários de Brasília. Todos os barões das centrais e do PT já defenderam o fim do imposto sindical, mas nunca fizeram nada de bom para que isso acontecesse. Basta ouvir Lula, em janeiro de 1979: “Eu acho que o imposto sindical acomodou muito o sindicalismo brasileiro. A verdadeira fonte de recursos do sindicato deve ser mesmo a categoria”.
Substituindo-se o que é hoje o imposto sindical por uma contribuição voluntária, começa uma nova discussão: que direito têm as centrais de arrecadar, compulsoriamente, outras taxas no contracheque dos trabalhadores, mesmo quando eles não são sindicalizadas? Talvez essa tunga seja maior que a do imposto.