Otimismo justificado

Jornal do Commercio  Editoria: Opinião  Página: A-17  


Artigo do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos 


O PIB brasileiro deverá chegar, ao final do ano, a um nível de crescimento entre 4% e 5%, mais próximo de 5%, como resultado da boa performance de praticamente todos os ramos das atividades econômicas. O setor agropecuário recuperou-se dos anos ruins de 2005 e 2006, e deverá exibir uma expansão de 5% na safra 2007/2008.

Jornal do Commercio  Editoria: Opinião  Página: A-17  


Artigo do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos 


O PIB brasileiro deverá chegar, ao final do ano, a um nível de crescimento entre 4% e 5%, mais próximo de 5%, como resultado da boa performance de praticamente todos os ramos das atividades econômicas. O setor agropecuário recuperou-se dos anos ruins de 2005 e 2006, e deverá exibir uma expansão de 5% na safra 2007/2008. O comércio está crescendo à taxa chinesa anual de 9%, puxando a indústria de bens de consumo duráveis, especialmente os eletrônicos e a indústria automobilística, cujas vendas registraram uma espantosa velocidade de 27%, de janeiro a setembro. As exportações estão perdendo um pouco de fôlego, mas ainda assim, crescem 15%, enquanto as importações disparam na expansão de cerca de 30%, tanto de bens de consumo, como de equipamentos e matérias primas.


As taxas de desemprego continuam altas, mas em declínio, recuando ao nível de 9%. De outro lado, estão aumentando as contratações, principalmente com carteira assinada. O aumento generalizado do salário mínimo e o crescimento econômico melhoraram o nível de renda do trabalhador, transformando o mercado interno em fator de expansão mais importante que o mercado externo.


Um dos fatores decisivos na escalada da recuperação é a expansão do crédito em cerca de 25%, nos últimos 12 meses, com destaque para os empréstimos às pessoas físicas, inclusive consignados (+30%) e das liberações recordes do BNDES, da CEF e do Banco do Brasil.


A inflação, situada em cerca de 4% (IPCA), perdeu força, definitivamente, independentemente da atuação do Banco Central, sem dúvida, porém, beneficiada pela artificial taxa de câmbio, que resulta, em boa medida, do ingresso de capitais favorecidos por uma desnecessária isenção tributária. Verificou-se, em certo momento, uma pressão inflacionária dos preços agrícolas, do leite e derivados, visivelmente de efeitos sazonais, já superados.


Nos setores empresariais, assim como entre os consumidores, existe um clima de forte otimismo em relação a 2008, a julgar pelos resultados esperados dos investimentos na infra-estrutura dos transportes e da geração de energia. Ao que tudo indica, o próximo ano deverá repetir a boa performance econômica de 2007.


As turbulências político-partidárias ocorridas durante o ano e nem mesmo a crise imobiliária iniciada nos Estados Unidos foram capazes de alterar o rumo dos acontecimentos no Brasil. E ao que tudo indica a economia brasileira, a partir dos resultados obtidos em 2007, poderá estar ingressando em um círculo virtuoso, em que a estabilidade monetária, o fortalecimento do balanço de pagamentos, o aumento do nível de emprego e da renda, irão propiciar a realização de novos investimentos, nacionais e estrangeiros, e um maior equilíbrio fiscal, capaz de assegurar um desenvolvimento sustentável, por um longo período de tempo.


É sobre esta base que está construído o clima de otimismo dos produtores e dos consumidores brasileiros.