IPCA de outubro sobe para 0,3%

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-2


O aumento nos preços das frutas e de outros produtos alimentícios elevou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 0,3% em outubro, ante 0,18% em setembro. O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro (média de 0,20%).

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O aumento nos preços das frutas e de outros produtos alimentícios elevou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 0,3% em outubro, ante 0,18% em setembro. O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro (média de 0,20%). No ano, o índice acumula alta de 3,3% – já superior a todo o ano passado, quando chegou a 3,14% – e em 12 meses, de 4,12%.


A coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, disse que a inflação de outubro foi “mais espalhada do que nos meses anteriores, quando estava mais concentrada no leite”. Ela sublinhou que houve pressão dos alimentos perecíveis sobre o índice, mas também de vários não-alimentícios como vestuário (0,72%), remédios (0,36%), gasolina (0,36%) e cimento (6,46%). No entanto, apesar de mais espalhada, a inflação não é generalizada.


Apenas quatro itens pesquisados (feijão, batata inglesa, carnes e frutas) responderam pela metade (0,15 ponto percentual) da taxa. A alta só não foi maior, segundo Eulina, porque o leite, vilão da inflação entre maio e agosto, teve grande contribuição para contê-la em outubro, com recuo de 12,84%.


O economista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani, disse que os dados de outubro mostraram que a inflação está em aceleração, mas sem provocar grandes mudanças nas expectativas para o cenário macroeconômico futuro. “O IPCA sinalizou que a inflação está em trajetória de alta, mas ainda controlada, já que o resultado acumulado no ano deve permanecer bem abaixo da meta”, disse Padovani, em referência ao objetivo perseguido pelo Banco Central, que é uma meta de 4,5% em 2007.


“O número não permite uma observação com grandes leituras e não muda o cenário abalizado, inclusive, por uma taxa de câmbio que atenua eventuais pressões na inflação”, avaliou o economista. Ele adiantou, entretanto, que deverá revisar a estimativa para o indicador acumulado do ano, de 3,7% para um número mais próximo de 3,8%.


O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, também disse que o resultado acima do esperado divulgado ontem pelo IBGE levou a uma pequena revisão na projeção do banco para o IPCA deste ano. “Eu já estava trabalhando com uma projeção entre 4% e 4,1% para IPCA acumulado no final do ano. Depois do número de hoje (ontem), é mais provável que a inflação fique mais para 4,1%”, disse.