Antonio Oliveira Santos
Presidente da Confederação Nacional do Commercio de Bens, Serviços e Turismo
O cenário da economia mundial, marcado por fenômenos de longo prazo como a escassez de alimentos e os altos preços do petróleo abre, para nosso País, a perspectiva de tornar-se, nos próximos dez a quinze anos, protagonista de peso entre as nações mais importantes do planeta.
Será a hora e a vez do Brasil, em razão de dois pressupostos: nossas fronteiras agrícolas, ainda em expansão, e as recentes descobertas de novos campos de petróleo em águas profundas.
Antonio Oliveira Santos
Presidente da Confederação Nacional do Commercio de Bens, Serviços e Turismo
O cenário da economia mundial, marcado por fenômenos de longo prazo como a escassez de alimentos e os altos preços do petróleo abre, para nosso País, a perspectiva de tornar-se, nos próximos dez a quinze anos, protagonista de peso entre as nações mais importantes do planeta.
Será a hora e a vez do Brasil, em razão de dois pressupostos: nossas fronteiras agrícolas, ainda em expansão, e as recentes descobertas de novos campos de petróleo em águas profundas.
A expressão “fronteira agrícola” significa espaços territoriais vazios suscetíveis de serem aproveitados para a agricultura ou para a pecuária e que, por isso mesmo, atraem a ocupação pelo homem, induzindo fluxos migratórios. Ainda existem espaços por ocupar no Brasil Central, no Norte do País e na Região Nordeste, esta quando for irrigada pelas águas do Rio São Francisco.
Entre 1970 e 2006, as áreas cultivadas passaram de 294 para 364 milhões de hectares. A maior parte desse aumento de 24% resultou da expansão das fronteiras agrícolas. Apesar desse aumento de 70 milhões de hectares, algumas dezenas de milhões poderiam ser acrescentados como áreas de cultivo, inclusive pastagens. A expansão da fronteira Norte está certamente limitada pelo fato dos solos da Amazônia arenosos e pobres em nutrientes, conjugados ao alto índice de umidade, constituírem fator limitativo da monocultura. Isso, sem falar na questão ambiental e no imperativo de preservar a floresta e, por conseqüência, a maior reserva de água doce do nosso planeta.
A par dos deslocamentos das fronteiras agrícolas, há que se considerar, para a maior produção de alimentos e fibras, os aumentos de produtividade que resultam da pesquisa agropecuária. A Embrapa teve papel essencial no desenvolvimento agrícola do cerrado e seu enfoque regional, na condução de suas pesquisas, a partir da vocação de cada área, abrange grãos, oleaginosas, manejo florestal, zootecnia e até mesmo piscicultura. É a existência desse centro de excelência para o desenvolvimento da agricultura tropical e subtropical o segundo pilar das vantagens comparativas e competitivas do Brasil, em face do resto do mundo, no que concerne à produção de alimentos e fibras. A EMBRAPA envereda também pela pesquisa para os cultivos transgênicos.
As recentes descobertas dos campos de Tupí, Carioca e Júpiter, com reservas estimadas entre 5 bilhões e 30 bilhões de barris, se somadas à promissora expectativa que a exploração no pré-sal pode representar, transformariam o País num dos mais importantes produtores na escala mundial. Os campos do pré-sal, localizados abaixo de espesso e grande lençol de sal, situam-se entre os Estados do Espírito Santo e de Santa Catarina, numa faixa de 800 km de extensão e 250 km de largura. Embora o sal e a profundidade da exploração encareçam a extração, o petróleo obtido é um óleo leve e de boa qualidade, em contraste com o cru até agora obtido em outras reservas.
Alimentos e Petróleo: esta será a chave que abrirá a porta das oportunidades para a exploração de valiosos recursos naturais, que conduzirão o País a um salto quantitativo e qualitativo. Isso sem mencionar a extraordinária riqueza mineral do País, especialmente de minério de ferro, cuja demanda, liderada pela China, não pára de crescer no mercado internacional. Esse é um projeto nacional que servirá para consolidar a posição do Brasil no concerto internacional, com participação ativa na mesa de reuniões das grandes potências mundiais.
Publicado no Jornal do Commercio de 14 de agosto de 2008.