Varejo registra queda em outubro; federações divulgam resultados regionais e expectativas

Em um ano de crise financeira internacional e após sete meses consecutivos de alta, o comércio varejista de todo o país registrou queda de 0,3% em outubro, na comparação com setembro, enquanto a receita nominal variou 0,1%. O recuo foi divulgado hoje, 16 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na análise relativa a outubro do ano passado todas as atividades varejistas apresentaram aumento no volume de vendas, o que representou uma expansão de 10,1%.

Em um ano de crise financeira internacional e após sete meses consecutivos de alta, o comércio varejista de todo o país registrou queda de 0,3% em outubro, na comparação com setembro, enquanto a receita nominal variou 0,1%. O recuo foi divulgado hoje, 16 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na análise relativa a outubro do ano passado todas as atividades varejistas apresentaram aumento no volume de vendas, o que representou uma expansão de 10,1%. No acumulado de janeiro a outubro o crescimento foi de 10,4% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 10,3%.


A pesquisa do IBGE reflete os resultados apurados pelas federações de comércio no país. Em tempos de crise, a retração constatada não diminui a esperança dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo em fechar 2008 com resultados satisfatórios.  “O resultado de outubro era esperado. O comércio é o último setor a ser atingido pela crise. Devemos fechar 2008 em alta de 9,5%, com a massa salarial segurando o consumo”, afirmou Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 


Contribuíram para o resultado de outubro, de acordo com o IBGE, os números registrados nas atividades dos segmentos de veículos e motos, partes e peças (- 19,9%) e tecidos, vestuário e calçados (-4,4%). Os resultados positivos ficaram por conta de livros, jornais, revistas e papelaria (3,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%). A maior contribuição da taxa global do varejo veio do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (35,7%).


O comércio varejista na região metropolitana de São Paulo, após 30 meses de alta consecutiva, apresentou queda no faturamento real de 6,8% em outubro, na análise relativa ao mesmo mês de 2007, registra a Fecomercio-SP. Nos dez primeiros meses do ano, as vendas acumuladas apresentaram elevação de 4%, e apesar da crise econômica refletir no varejo em outubro, a expectativa é que o faturamento real do comércio varejista feche 2008 com alta de 3%. 


Já a pesquisa Conjuntural da Fecomercio do Paraná registra queda de 6,4% nas vendas em todo o estado, no mês de outubro, em comparação com outubro de 2007; na análise relativa a setembro deste ano o recuo foi de -1,37%. Mesmo assim, o acumulado do ano se mantém positivo, em 4,38%. As expectativas de vendas no restante do ano mostram que as condições de crescimento permanecem, porém em menor escala. 


Em Minas Gerais, as vendas na região metropolitana de Belo Horizonte recuaram 4,56% em relação a setembro. Na análise de outubro deste ano com o mesmo mês de 2007, foi contabilizada perda de 6,71%. Porém, no acumulado de janeiro a outubro o quadro se reverte, com taxa positiva de 7,03% perante igual período do ano passado. O acumulado no período de doze meses até outubro atingiu taxa positiva de 7,26%.


Fim de ano


Levantamento da Fecomercio-RS mostra que, mesmo com a proximidade do Natal, a maioria dos entrevistados pretende pagar contas (28%) com a segunda parcela do 13º salário, enquanto que a opção por poupar o valor será de 20,4%, seguida por 15,6% que afirmaram que irão comprar presentes. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, a segunda parcela do 13º salário será usada em compras (34,9%), poupança (27,6%) e pagamento de dívidas (24,7%).


As expectativas de gastos dos consumidores para o Natal e o Ano Novo se contraíram na região metropolitana do Recife, quando comparadas com a sondagem realizada em 2007, segundo a Fecomercio-PE: somente 30% pretendem gastar mais neste fim de ano, contra 47% na pesquisa anterior. Outra indicação da queda das expectativas é que 33% dos entrevistados pretendem diminuir seus gastos, enquanto no ano passado o percentual era de 28%. No entanto, 79,32% dos consumidores pretendem comprar presentes.