Sumário Econômico – 1660

Destaques da edição:

Nenhum brasileiro ficará para trás em 2021, ainda que com aumento dos juros – Dois eventos importantes marcaram a agenda econômica da semana passada: a elevação da taxa Selic em magnitude inesperada (de 2,00% para 2,75% ao ano), e a criação de 260 mil vagas de trabalho no mercado formal em janeiro. A primeira reunião com o Comitê de Política Monetária (Copom) totalmente independente marcou o fim da temporada de juros negativos no Brasil, em que o Comitê revelou as preocupações com a inflação em 2021. Ao mesmo tempo, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia (ME) mostraram que houve saldo positivo no emprego formal em todos os grandes setores econômicos. A notícia boa em relação ao desempenho do mercado de trabalho em janeiro trouxe esperanças em meio ao recrudescimento da pandemia, observado desde o fim do ano passado. Já o aumento expressivo dos juros no pior momento da crise sanitária no Brasil preocupa sob o ponto de vista da incerteza que paira sobre a atividade, em especial no setor terciário.

Tecnologia: só tende a evoluir – Com o advento dos meios de pagamento pelo celular, mais recentemente o PIX, e daqui a pouco com o entendimento sobre o que é open banking e as suas múltiplas funcionalidades, quando esses novos ecossistemas começarem a se disseminar e serem usados pelos correntistas tornando-se  corriqueiros, inúmeras janelas de oportunidades para novos negócios e produtos deverão surgir. Dentre as razões pelas quais isso irá acontecer, deve-se apontar, sobretudo, para a evolução das formas de tecnologia no ambiente financeiro, que muitas vezes as pessoas comuns não entendem, tampouco conseguem alcançar. é uma tendência que só evolui, produzindo mais bem-estar, conforto, economia de tempo e vantagens decorrentes da competição. Para as empresas menores inserirem-se nesse mundo, será desafiador, claro. Para os consumidores, por outro lado, vai implicar no crescimento de mais serviços para aplacar desejos virtuais, assim como em maiores benefícios para o saciamento das necessidades. As necessidades humanas são ilimitadas diante do que a natureza proporciona. A tecnologia participa da equação com ambivalência: como insumo para despertar novas necessidades e produto para atê-las.

Operações de crédito do sistema financeiro nacional ficam estáveis no primeiro mês do ano – Dados mais recentes divulgados pelo Banco Central mostraram que o saldo das operações de crédito do sistema financeiro ficou estável em janeiro de 2021 contra o mês imediatamente anterior, após aumento de 1,6% em dezembro. O saldo total dos empréstimos e financiamentos alcançou o valor de R$ 4,0 trilhões no último resultado, representando 54,1% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em janeiro deste ano, a variação foi de +16,0%, 8,9 pontos percentuaus (p.p.) acima da variação de +7,1% observada no mesmo período em 2020. Considerando as regiões brasileiras, a maior parte das operações foi realizada no Sudeste (50,6%), com saldo de R$ 2,0 trilhões. Apesar da representatividade, houve queda de 0,6% no mês na região. Contudo, no acumulado nos últimos12 meses, obteve um crescimento de 15,8%. Referente à inadimplência, houve recuo de 0,8 p.p. em relação a janeiro de 2020 e estabilidade na comparação com o mês anterior, alcançando 1,9% ao ano (a.a.) em janeiro de 2021. Outra análise feita pelo Banco Central soma o saldo dos empréstimos e financiamentos com os títulos de dívidas e a dívida externa, chamando esse resultado de crédito ampliado. O saldo desse crédito ampliado correspondeu a R$ 11,9 trilhões em janeiro, representando 160,6% do PIB. Dentro dele estão incluídos os empréstimos e financiamos (34,3% do total), títulos de dívidas (43,6% do total) e dívida externa (22,1% do total). Somente o sistema financeiro nacional, presente dentro da categoria de empréstimos e financiamentos, representou uma parcela de 33,3% do total e 97,1% dessa modalidade. O resultado ampliado obteve oscilação positiva de 1,1% entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, sendo que, no acumulado dos últimos 12 meses terminados em janeiro deste ano, houve avanço de 17,6%. O governo geral representou 45,5% do volume desse crédito, enquanto as empresas e famílias corresponderam a 54,5% do total.