O boom do crédito no País está se concentrando em operações de até R$ 5 mil, o que para o Banco Central reflete uma maior liberação de recursos para a população de menor renda. Essa faixa de valor foi a que mais cresceu no último trimestre: 7,4%. Apenas em setembro, foram liberados R$ 136,324 bilhões, o que representa 35% do total destinado a pessoas físicas (R$ 390,269 bilhões). As operações de crédito de R$ 5 mil a R$ 50 mil registraram aumento de 5,5% e os empréstimos acima de R$ 50 mil, de 6%.
O boom do crédito no País está se concentrando em operações de até R$ 5 mil, o que para o Banco Central reflete uma maior liberação de recursos para a população de menor renda. Essa faixa de valor foi a que mais cresceu no último trimestre: 7,4%. Apenas em setembro, foram liberados R$ 136,324 bilhões, o que representa 35% do total destinado a pessoas físicas (R$ 390,269 bilhões). As operações de crédito de R$ 5 mil a R$ 50 mil registraram aumento de 5,5% e os empréstimos acima de R$ 50 mil, de 6%.
Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, a aceleração dos empréstimos de valores mais baixos é conseqüência do aumento do nível do emprego no país e de um número maior de brasileiros com conta bancária. Somente em setembro foram criados 151.168 empregos com carteira assinada, conforme números do Ministério do Trabalho.
A bancarização (entrada de novos clientes, principalmente de baixa renda) tem sido um instrumento utilizado pelas instituições financeiras para ampliar o faturamento. Existiam 4,216 milhões de contas corrente simplificada ativas no País até agosto.
Operações. Dados do Banco Central mostram que, até setembro, as operações de crédito do sistema financeiro atingiram um total de R$ 854,133 bilhões, valor equivalente a 33,1% do Produto Interno Bruto(PIB)- soma de todas as riquezas do País. A expectativa é de que, daqui para frente, o crédito continue crescendo, porém em um ritmo menor. O fato não se deverá à interrupção da queda da taxabásica de juros (Selic), que atualmente é de 11,25% ao ano, mas à rápida expansão anterior dos empréstimos. Na opinião da maioria dos analistas de mercado, a possibilidade de o trabalhador pagar o financiamento em um prazo maior deve sustentar o bom desempenho do setor de crédito nos próximos meses.
Parado desde 2005 no Congresso, o projeto de lei que cria o Cadastro Positivo – banco de dados de proteção ao crédito com o histórico de pagamentos dos consumidores – tem como um de seus objetivos melhorar a avaliação dos empréstimos concedidos no País. Se for aprovado, ajudará a sustentar o aumento dos empréstimos no Brasil, que em relação a países desenvolvidos ainda se encontra num patamar muito baixo. No País só há o peso do cadastro negativo, que aumenta a taxa de juros a ser cobrada de correntistas de bancos.
Nos Estados Unidos, a adoção do Cadastro Positivo contribuiu para um aumento de até 60% da oferta de empréstimos, impulsionando o crescimento econômico. Pesquisa divulgada pelo presidente do Conselho de Pesquisas e Políticas Econômicas (Perc, sigla em inglês), economista Michael Turner mostra que nas classes mais baixas a concessão de crédito aumentou 35,9%.
Na avaliação do técnico da Secretária de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Silvio Furtado, além de ampliar o volume de empréstimo, ainda pode diminuir os custos da operação para o bom pagador, ou seja, da taxa de juros.