VIII Sicomércio termina no Rio

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-7


Em busca da gestão de excelência, o VIII Sicomércio chegou a sua última tarde, ontem, no Rio, com palestra do presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter. O empresário falou sobre o processo de internacionalização do grupo, gestão pública e o papel das empresas. Para ele, a atitude empresarial deve ser somada a empreendedorismo e inovação.


Gerdau aproveitou para falar de uma aspiração estratégica do setor para 2015, a organização integrada.

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-7


Em busca da gestão de excelência, o VIII Sicomércio chegou a sua última tarde, ontem, no Rio, com palestra do presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter. O empresário falou sobre o processo de internacionalização do grupo, gestão pública e o papel das empresas. Para ele, a atitude empresarial deve ser somada a empreendedorismo e inovação.


Gerdau aproveitou para falar de uma aspiração estratégica do setor para 2015, a organização integrada. De acordo com ele, crescimento e rentabilidade estão diretamente ligados a liderança de mercado, diversificação geográfica e atuação em todos os segmentos fatores críticos para o sucesso. “A gente tem que definir estratégias e depois a gente constrói os números”, disse.


Entre as estratégias, estão os setores de marketing e recursos humanos. Ao mencionar este último, Gerdau ressaltou sua importância ao propiciar melhores resultados para os negócios, promover novos comportamentos e atitudes e gerar desempenhos superiores de líderes e equipes. “É necessário construir relações com clientes que satisfaçam às duas partes”, comentou.


Segundo o empresário, é preciso criar um ciclo virtuoso, que envolve geração de empregos, crescimento econômico, investimentos e poupança. Ele ainda falou que o comércio é um importante formador de mão-de-obra especializada.


Gerdau encerrou sua fala com palavras do criador do conceito Learning Organization, o holandês Arie de Geus. “A habilidade para aprender mais rápido que seus concorrentes pode ser a única vantagem competitiva sustentável”, lembrou o empresário, que espera que a frase se torne um lema para o futuro.


Mudanças


O administrador e escritor Max Gehringer deu uma aula bem humorada sobre o mundo corporativo. Entre brincadeiras e histórias, ele defendeu mudanças no planejamento estratégico. Segundo Gehringer, as mudanças estão cada vez mais caras, mas são inevitáveis, e a pressão do mercado competitivo obriga a todos a acertar. “É fácil entender uma mudança depois que ela ocorre. Importante é percebê-las enquanto ainda estão acontecendo”, disse.


O administrador, que já passou por grandes empresas como a Pepsico e a Elma Chips, comentou a forte (e positiva) presença de mulheres no mercado de trabalho e o crescimento da ambição nas empresas. “A população está cada vez mais bem preparada. Precisamos a cada dia ser melhores que nós mesmos”, disse.


Ao final, Gehringer defendeu uma organização perfeita, formada por sonhadores (os executivos) e por “prezados colaboradores (os funcionários) que fazem o sonho se tornar realidade. Ele concluiu dizendo que só faz sucesso quem tem talento e criatividade, palavras que assumem papéis mais relevantes atualmente.


Encerramento


O encerramento do evento ficou por conta do diretor da Amana-Key, centro de excelência em gestão, Oscar Motomura, e do presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antônio Oliveira Santos. Motomura, que falou sobre viabilizar o impossível, acredita que é preciso colocar uma vírgula e continuar a frase. “Impossível, com os conhecimentos do passado”, disse.


De acordo com ele, a semente plantada no encontro vai germinar daqui a alguns anos e deve gerar frutos se o setor encontrar condições adequadas. “A quantidade de desafios é imensa, mas devemos estar serenos e de prontidão para poder reagir rapidamente”, completou.


Santos espera que os 42 milhões de profissionais que compõem a comunidade do comércio utilizem os fóruns regionais que acontecerão nos próximos anos para consolidar soluções e idéias para tornar o setor mais eficiente para o país.


Entidades assinam termo de adesão


O presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antonio Oliveira Santos, assinou ontem juntamente com os presidentes de 31 federações e 469 sindicatos filiados à entidade, termo de adesão ao Sistema de Excelência de Gestão Sindical (SEGS), que a Confederação colocou ontem à disposição dos participantes do VIII Sicomércio. “Estamos iniciando agora uma nova fase no sindicalismo patronal. Estou certo que caminhamos para a conquista de avanços que servirão de exemplo para o nosso País”, afirmou Oliveira Santos.


Capacitação


Segundo informou o assessor de Planejamento da CNC, José Paulo da Rosa, até 10 de março do ano que vem o termo de adesão ao SEGS estará aberto às entidades ligadas à Confederação. Após esse período começa a capacitação gerencial gratuita aos interessados no Sistema e, em seguida, será realizada a auto-avaliação dos participantes do processo.


Entre maio e outubro do ano que vem, Rosa explicou que a CNC colocará à disposição das suas entidades filiadas as consultorias especializadas que contribuirão para a melhoria no processo de excelência em gestão do Sistema CNC. Tudo isso servirá de apoio às diretrizes e metas do Planejamento Estratégico 2007-2020.”Ou o Sistema adota estratégias firmes de desdobramento do Plano Estratégico e caminha rumo à excelência ou enfrentará problemas no futuro”, alertou o assessor.


O presidente do Sindicato do Comércio de Petrolina (Pernambuco), Joaquim de Castro, que falou em nome dos sindicatos filiados à CNC, ressaltou que o Sistema realizou um diagnóstico interno, durante o VI Sicomércio, em 2002, e de lá para cá tem caminhado em busca da modernização.







A Confederação Nacional do Comércio (CNC) promoverá dez fóruns regionais, no ano que vem, a fim de discutir medidas de implementação do Plano Estratégico 2007-2020, pelo qual a entidade pretende incentivar a adoção de práticas de excelência de gestão nos sindicatos, federações e outros elos do Sistema CNC. A confirmação de realização dos eventos foi anunciada ontem, último dia de atividades do VIII Congresso do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (VIII Sicomércio), cuja programação foi aberta na segunda-feira, no Hotel Sofitel, reunindo cerca de mil participantes.



Segundo informou o assessor de Planejamento da CNC, José Paulo da Rosa, diferentemente de empresas que contratam consultorias para traçar estratégias de melhorias no processo de gestão, os integrantes do Sistema CNC terão como diferencial a construção e implementação conjunta de um Plano Estratégico. Para que esse conjunto de diretrizes e metas tenha êxito, o especialista apresentou aos congressistas participantes do VIII Sicomércio a necessidade de seguirem os seguintes passos: “Mobilizar para mudança, induzir, comunicar e motivar as estratégias, além de tornar o processo contínuo.”



De acordo com Rosa, os eventos que a CNC pretende realizar no ano que vem terão como foco a mobilização de todos os elos do Sistema CNC, formado por 34 federações estaduais e nacionais filiadas, 878 sindicatos das empresas do comércio de bens, serviços e turismo, além de dois departamentos nacionais, 54 departamentos regionais e 851 unidades operacionais (vinculados ao Sesc e Senac).



“Já temos um mapa estratégico do Sistema CNC, elaborado no ano passado, agora o grande desafio será adaptar esse modelo à realidade e às necessidades de cada entidade filiada”, observou Rosa. O assessor enfatizou que uma das maiores dificuldades de implementação do Plano Estratégico 2007-2020 é enfrentar a heterogeneidade dos segmentos filiados à Confederação Nacional do Comércio. Ao mesmo tempo, opinou o especialista, essa diversidade pode tornar a experiência ainda mais rica e inovadora.



“Nesses três dias de atividades do VIII Sicomércio percebemos um grande interesse dos participantes e muita disposição de enfrentamento desse desafio em busca da excelência na gestão desse segmento que é de extrema relevância à economia do País, já que reúne representantes de 5,5 milhões de empresas, geradoras de 40 milhões de empregos formais”, acrescentou Rosa.


Pesquisa


O assessor informou em sua palestra que uma pesquisa realizada junto a 34 federações e 816 sindicatos ligados ao Sistema CNC, no ano passado, objetivando traçar um perfil sindical, demostrou que o processo de excelência em gestão tem muito espaço para crescer. No levantamento foi constatado que somente 11% dos sindicatos e 9% das federações já implementaram programas de qualidade. “Na indústria, isso é uma obrigação, enquanto no comércio ainda não virou uma realidade”, analisou Rosa.



A pesquisa também indicou que 21% dos sindicatos e 24% das federações são auto-sustentáveis. Isso significa que ainda são poucas as entidades com mecanismos próprios de funcionamento, excluindo-se dessa conta a contribuição sindical. Enquanto isso 79% dos sindicatos têm executivos em seus quadros, dos quais 58% possuem curso superior completo, o que na visão de Rosa pode ser um diferencial positivo na hora de deslanchar programas futuros de melhoria no processo de gestão.



Quando indagados sobre o uso de banda larga, 79% dos sindicatos e 94% das federações responderam ter acesso a esse tipo de serviço de internet de alta velocidade, mas somente 45% dos sindicatos informaram possuir site próprio, espaço potencial de intercâmbio e difusão de informação que está deixando de ser aproveitado, segundo o assessor de Planejamento da CNC.



Para Rosa, esses números que refletem o grande potencial de crescimento do nível de gestão do movimento sindical patronal do comércio de bens, serviços e turismo, estão em consonância com a média geral de 51% alcançada após o processo de auto-avaliação realizado na terça-feira pelos participantes do VIII Sicomércio. “O diagnóstico poderia trazer uma média de 100% para todos os itens analisados, mas os participantes avaliaram de forma correta.”