Comércio entre Brasil e Guiné Bissau é debatido na CNC

O intercâmbio comercial entre Brasil e Guiné Bissau apresenta forte desequilíbrio, apesar dos esforços dos dois governos para que esta equação seja um pouco menos desigual.

O intercâmbio comercial entre Brasil e Guiné Bissau apresenta forte desequilíbrio, apesar dos esforços dos dois governos para que esta equação seja um pouco menos desigual. Este foi um dos principais temas debatidos hoje, 15 de dezembro, no seminário bilateral de comércio exterior Brasil-Guiné Bissau, promovido pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE) na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.

Os números explicam: de janeiro a novembro deste ano, o Brasil somou US$ 7,157 milhões em exportações para Guiné Bissau, enquanto que nenhum produto foi importado do país africano. Ainda assim, na comparação com o mesmo período de 2007, houve queda de 21,8% nas exportações – as vendas somaram US$ 9,158 milhões ano passado. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para o país vizinho estão açúcar refinado, carne de frango, produtos de confeitaria e móveis. “Temos dado muita atenção a parceiros não tradicionais no comércio exterior, como a Guiné Bissau, mas a parceria ainda está aquém do potencial, que podemos equilibrar melhor”, destacou Fabio Martins Faria, diretor de planejamento e desenvolvimento de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Para aperfeiçoar as relações entre os países, o governo brasileiro estuda medidas para perdoar 95% da dívida de US$ 35 milhões que a Guiné Bissau tem com o Brasil, além de promover parcerias de cooperação técnica em áreas como saúde, educação e agronegócio. A informação é do embaixador brasileiro naquele país, Jorge Geraldo Kadri. “A legislação nacional não permite o perdão total da dívida, mas estamos trabalhando para alcançar o maior índice possível”, disse Kadri, na abertura do evento. Segundo o embaixador, a ajuda do Brasil no estudo de fontes alternativas de energia – como o biodiesel – é outro avanço nas relações diplomáticas.

O seminário de hoje fecha as atividades de 2008 da FCCE, mais antiga associação de classe, no Brasil, dedicada exclusivamente às atividades de comércio exterior. “Um de nossos objetivos é esse, ajudar para que parcerias pouco exploradas abram novas frentes de negócio, como no caso de Guiné Bissau”, disse o presidente da Federação, João Augusto de Souza Lima.