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  • Mesa Brasil Sesc no Acre entrega doações para cidades atingidas por enchentes e pandemia

    O Acre continua a sofrer problemas na saúde e de enchentes, crises que afetam milhares de pessoas no Estado. Por meio do Mesa Brasil Sesc no Acre, o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-AC, iniciou, no dia 8 de março, a entrega de cestas básicas, água mineral e kits de limpeza às famílias do Juruá.

    A população atingida pela enchente na cidade de Mâncio Lima foi a primeira a receber mais esta ajuda através da corrente solidária da Fecomércio Acre. O prefeito Isaac Lima parabenizou a iniciativa do Sistema e do Mesa Brasil de atender à necessidade do município mais ocidental do Brasil.

    Lima enfatizou que ações como essas são importantes nestes momentos de crise pelos quais o município está passando. “É muito importante porque temos muitas famílias carentes que precisam, neste momento, ser ajudadas, e a Fecomércio está sendo sensível e contribuindo para o nosso município.”

    “Toda ajuda é bem-vinda.” Foram com essas palavras que Lindalva Santos, ribeirinha de Rodrigues Alves, expressou sua gratidão à ajuda recebida. O município recebeu 200 cestas básicas, 150 kits de limpeza e 100 fardos de água mineral.

    A coordenadora do programa Mesa Brasil no Acre, Marizete Melo, explicou que nada disso seria possível sem as parcerias. “O momento é de esperança, é de gratidão e de solidariedade. Ajudando neste momento, a gente leva amor e esperança de que isso tudo vai passar e as pessoas vão se erguer e continuar a vida. Gratidão a todos os nossos parceiros que estão nos acompanhando nesta operação”, disse.

    A ação conta com a parceria do 7º BEC, Prefeituras dos municípios atendidos e governo do Estado.

  • Campanha da CNC mostra histórias de brasileiros que tiveram a vida transformada pelo Sistema Comércio

    A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lança, neste mês de março, a campanha Do Tamanho do Brasil, com o objetivo de contar as histórias de milhares de brasileiros, de diferentes cantos do País, que mudaram as suas vidas graças ao Sistema Comércio. Ao todo, são 54 vídeos, publicados nas redes sociais da CNC (Instagram, Facebook e YouTube), além de um site específico sobre a ação (http://dotamanhodobrasil.com.br/).

    Foram produzidos dois vídeos por estado e mais o Distrito Federal, sendo que cada unidade da Federação terá um depoimento relacionado ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e outro ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), braços sociais do Sistema Comércio. “Mesmo com a pandemia, as gravações foram feitas presencialmente, respeitando todos os protocolos de segurança, para que conseguíssemos passar a real emoção de pessoas que tiveram suas carreiras e vidas transformadas pelo Sesc e pelo Senac”, explica Elienai Câmara, gerente executivo de Comunicação da CNC.

    Brasil, país continental

    Presentes em cerca de 2 mil municípios, as unidades do Sesc e do Senac levam a todo o Brasil, há mais de 75 anos, cultura, esporte, lazer, turismo, saúde, educação, ação social e profissionalização. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que, juntos, Confederação, Federações, Sesc e Senac atendem uma área equivalente a um continente inteiro. “Atuamos, muitas vezes, aonde o poder público não consegue chegar, isso significa que não importa se você mora em uma grande capital ou em algum local no interior do País. Temos estrutura, capilaridade e pessoal, assim como canais de comunicação já abertos com as comunidades. Nessa campanha, foram selecionadas algumas histórias, mas elas se multiplicam em todo o País”, afirma Tadros.

  • Em reunião com Bolsonaro e Guedes, senadores e microempresários pedem caráter permanente ao Pronampe

    Em encontro virtual com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, parlamentares e lideranças empresariais defenderam, nesta quinta-feira (11), a aprovação do projeto de lei dá caráter permanente ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Aprovado nesta quarta (10) no Plenário do Senado e encaminhado à Câmara dos Deputados, onde aguarda votação, o projeto transforma o Pronampe numa política oficial de crédito, prevendo o uso de seus recursos de forma permanente para consolidar o tratamento diferenciado reservado aos pequenos empreendimentos.

    Durante o primeiro encontro da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa — realizado de forma virtual com a participação de Bolsonaro e de Paulo Guedes — os representantes de pequenas e microempresas classificaram o PL 5.575/2020 como fundamental para garantir a sobrevivência dos pequenos empreendimentos diante dos estragos provocados pela pandemia da covid-19.

    Bolsonaro

    Aos participantes do encontro, Bolsonaro disse que o Pronampe ajudou mais de dez milhões de trabalhadores no Brasil, o que possibilitou a manutenção de empregos no país. O presidente da República também reiterou sua objeções a medidas de isolamento social, como o lockdown, em razão da pandemia de covid-19.

    — Foram 68 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial. Quase 40 milhões eram invisíveis, pessoas que viviam da informalidade, vendendo churrasquinho de gato na praça, água no sinal, biscoito na praia, um picolé no bairro dele. Até quando poderemos aguentar essa irresponsabilidade do lockdown? Estou preocupado com vidas, sim, não tomo decisão sozinho, nossa capacidade de endividamento está no limite. Se ultrapassarmos, teremos desequilíbrio na economia — afirmou Bolsonaro, lembrando que já foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra covid-19 mais de 10 milhões de pessoas.

    Em seguida, o ministro Paulo Guedes disse que o governo federal não deixou de destinar recursos para atender a população diante da covid-19, sobretudo com o auxílio emergencial e às pequenas empresas. Ele reconheceu que as micro e pequenas empresas são a “coluna vertebral da atividade econômica”, e prometeu novas medidas de apoio à economia, como a renovação de programa de manutenção de empregos e o “novo marco fiscal”.

    Após a fala de Bolsonaro e Guedes, o senador Jorginho Mello (PL-SC), que preside a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, passou a palavra às lideranças microempresariais, que ressaltaram os prejuízos gerados pela pandemia e as dificuldades enfrentadas para o pagamento de impostos.

    Crédito emergencial

    Defendido pelos microempresários, o PL 5.575/2020 autoriza a União a aumentar sua participação no Fundo Garantidor de Operações (FGO) para a concessão de garantias no âmbito do Pronampe. O programa foi criado como sistema de crédito emergencial para a pandemia de covid-19 por meio da Lei 13.999, de 2020. O texto a ser votado na Câmara regulamenta o artigo 13 dessa lei para reforçar o caráter permanente do programa.

    O texto é de autoria do próprio Jorginho Mello, que durante o encontro virtual indicou outros projetos prioritários a serem votados em benefício dos pequenos empreendedores, como o Projeto de Lei Complementar (PLP) 33/2020 — já aprovado no Senado e encaminhado à Câmara — que institui o Marco Legal do Reempreendedorismo, o qual estabelece a renegociação especial extrajudicial, a renegociação especial judicial e a liquidação especial sumária, bem como altera a falência das microempresas e empresas de pequeno porte.

    — As matérias em favor das microempresas têm sido aprovadas no Senado por unanimidade. Essa é uma causa nacional sem diferença partidária nenhuma. Isso nos dá entusiasmo para continuar trabalhando em favor das micro e pequenas empresas. Vamos também aprovar o MEI Caminhoneiro. De um milhão de caminhoneiros, 600 mil não contribuem. Nós vamos resgatar isso — afirmou Jorginho Mello.

    O senador disse que o Pronampe veio para ajudar os micro e pequenos empresários, que representam 98% de todas empresas do Brasil, sustentam 58% dos empregos formais e respondem por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB).

    — O Pronampe já emprestou R$ 37,5 bilhões, valor nunca alcançado, nunca sonhado, porque, infelizmente, quando um microempresário vai ao banco, já vai com dificuldade de ter acesso até para falar com o gerente, e isso é uma grande injustiça. E o Pronampe deu essa condição de ele ter acesso a credito com prazo alongado e juro decente para que ele pudesse socorrer seu negócio, ter capital de giro, sair do cheque especial, poder comprar melhor para vender melhor em seu estabelecimento. E isso aconteceu graças ao Pronampe — afirmou o senador.

    Dificuldades

    O presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), José Tarcísio da Silva disse que muitos empreendimentos estão fechando as portas, sobretudo em razão das medidas de restrição impostas pelo combate à covid-19.

    — As empresas que devem ao Simples, para reparcelar, é preciso dispensar 20% do total da dívida. Isso complica a situação de muitos. Eu pediria ao Ministério da Economia uma ação junto à Receita Federal para extinguir a resolução que impede as micro e pequenas empresas de fazer o parcelamento e, simplesmente, colocar o reparcelamento em parcelas iguais. Só assim essas pessoas poderão sair dessa inadimplência — afirmou.

    José Tarcísio também solicitou a retirada de juros e correção monetária das multas das empresas em débito com o Simples federal.

    — Isso pesa demais, [a retirada dos juros] ia salvar muitos CNPJs no Brasil. Quando atrasa pagamento de imposto tem multa alta. Imagine daqueles que estão inadimplentes — declarou.

    Retomada do crescimento

    Também no encontro, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) afirmou que as micro e pequenas empresas desempenham um papel estratégico na retomada do crescimento econômico. A senadora, porém, apontou dificuldades para o cumprimento dos dispositivos da Lei de Liberdade Econômica (Lei 13.874, de 2019), da qual foi relatora no Senado.

    — A Lei de Liberdade Econômica permite o início de qualquer empreendimento sem o excesso de burocracia do passado, mas muitos municípios não estão aplicando, estão cobrando alvarás. As questões tratadas na Lei de Liberdade Econômica não estão sendo respeitadas. Os pequenos e médios empreendedores não sabem de seus direitos e acabam ficando reféns das determinações municipais — afirmou.

    Soraya Thronicke também destacou as dificuldades enfrentadas pelo setor de festas, eventos e informais em decorrência da pandemia.

    — Eles não têm acesso ao crédito, é muito triste isso. Temos crédito para liberar, mas essas pessoas, infelizmente, não têm condições nem para isso. É bom termos em mente que o peso do Estado sobre os ombros dos empreendedores é uma pauta que precisamos enfrentar — disse.

    Já o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) defendeu a inclusão imediata das micro e pequenas empresas no ambiente virtual.

    — Estou preocupado com a questão analógica, é preciso melhorar a inovação, que não é só produto, é processo. Essa tecnologia veio para ficar e foi antecipada no mínimo em dez anos — declarou o parlamentar.

    Vacinas

    Ao longo do debate, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) pediu colaboração do Ministério da Economia para a implantação imediata do Inova Simples.

    — É uma nova metodologia para ter possiblidade de abrir e fechar empresas. É importante colaborar com a iniciativa para o mais rápido termos uma ferramenta fundamental para a abertura de empresas, sobretudo as startups — defendeu.

    E a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) disse que as iniciativas em favor das micro e pequenas empresas são importantes para reduzir os impactos da crise econômica, especialmente daqueles empreendimentos liderados por mulheres.

    — Precisamos adquirir todas as vacinas para que tenhamos segurança e eficiência comprovadas para podermos fortalecer a economia. Esse momento é diferente do ano passado — afirmou.

    Já o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) disse ser preciso atuar na desburocratização para facilitar a vida de quem quer empreender e gerar emprego no Brasil.

    Fonte: Agência Senado

  • Senado aprovou 22 proposições nesta semana

    O Senado aprovou, somente na sessão deliberativa remota desta quinta-feira (11), dez proposições legislativas. O total da semana, que teve três sessões deliberativas, foi de 22 proposições aprovadas pelos senadores, entre projetos de defesa dos direitos da mulher e outras proposições, como a ampliação de auxílio a pequenas empresas e o aumento da margem de crédito consignado para aposentados durante a pandemia.

    — Gostaria de parabenizar os senadores pelas 22 proposições apreciadas e aprovadas nesta semana. Gostaria de parabenizar todos os senadores e todas as senadoras pela dedicação, sem horário para terminar, das sessões do Senado Federal. Cumprimento a todos pelo trabalho! — disse o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco, ao final da sessão.

    Entre as proposições aprovadas estão vários projetos de defesa dos direitos das mulheres, em razão do Dia Internacional da Mulher, comemorado na segunda-feira (8). Um dos projetos criou formalmente a figura de líder da bancada feminina na Casa. A líder da bancada feminina terá todas as prorrogativas dos líderes de partidos e de blocos parlamentares, o que que pode garantir a defesa de matérias de interesse das mulheres no Senado. O Projeto de Resolução do Senado (PRS) 6/2021, da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), seguiu para a promulgação.

    Também foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 5.575/2020, que transforma o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) em política oficial de crédito e dá caráter permanente ao fornecimento de recursos. O programa do governo federal é destinado ao desenvolvimento e o fortalecimento de pequenos negócios e foi criado como sistema de crédito emergencial para a pandemia de covid-19. O projeto, do senador Jorginho Mello (PL-SC) seguiu para análise da Câmara dos Deputados.

    Outra proposição aprovada nesta semana foi a Medida Provisória 1.006/2020, que aumentou de 35% para 40% o limite da margem de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS com base no valor do benefício. Desse limite, 35% são para o empréstimos consignados e 5% para o cartão de crédito. O projeto decorrente da MP (PLV 2/2021) seguiu para a sanção presidencial.

    Outros projetos

    Também foram aprovadas a criação da Frente Parlamentar Mista Antirracismo (PRS 17/2021); a criação de delegacias de atendimento à mulher (PL 781/2020); a as novas regras para facilitar a remoção de servidora pública vítima de violência doméstica (PL 3.475/2019); a criação da Comissão de Segurança Pública (PRS 21/2015); a cobrança proporcional ao uso dos pedágios (PLC 8/2013); e a redação final do projeto da nova Lei de Licitações (PL 4.253/2020), entre vários outros projetos.

    — Tivermos uma semana muito produtiva e também teremos a próxima semana com bastante produção legislativa no Senado Federal. Dentro dessa toada democrática, nós conseguimos ter uma produção de qualidade e de quantidade, muito boa para o país — comemorou Pacheco.  

    Fonte: Agência Senado

  • Câmara aprova PEC Emergencial em 2º turno

    A Câmara dos Deputados concluiu, no início da madrugada desta sexta-feira (12), a votação em segundo turno da PEC Emergencial. No total, foram três dias de votações (incluindo primeiro e segundo turnos).

    A Proposta de Emenda à Constituição 186/19 permite ao governo federal pagar, em 2021, um novo auxílio emergencial aos mais vulneráveis, com R$ 44 bilhões por fora do teto de gastos; e impõe mais rigidez na aplicação de medidas de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários.

    Uma análise da consultoria da Câmara deve recomendar a promulgação da PEC sem necessidade de retorno ao Senado.

    Na sessão desta quinta-feira (11), o Plenário aprovou somente dois destaques surgidos de acordo entre os partidos da base aliada e o governo na votação da matéria em primeiro turno.

    Com a aprovação desses destaques, foi retirada da PEC a proibição de promoção funcional ou progressão de carreira de qualquer servidor ou empregado público. Essa proibição era um dos pontos criticados pela bancada de militares e policiais.

    A mudança beneficia servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive no caso de se decretar estado de calamidade pública de âmbito nacional.

    Acordo

    O acordo evitou a retirada de outras restrições maiores, como de aumento de salários e de novas contratações, por meio de outro destaque que acabou sendo rejeitado na quarta-feira (10).

    Segundo o relator, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), chegar a esse acordo foi importante para preservar outros pontos da PEC. “As progressões e promoções de todas as categorias ficam garantidas, e não somente das forças de segurança”, explicou, ressaltando o papel de deputados ligados às forças de segurança na busca do acordo.

    Para o líder do PT, deputado Bohn Gass (PT-RS), a mudança deveu-se à atuação da oposição. “Foi o nosso destaque não aprovado que fez o governo negociar, e conseguimos fazer com que as progressões e as promoções não ficassem congeladas”, afirmou.

    Regra de ouro

    O valor total gasto com o auxílio poderá até ser maior, mas somente os R$ 44 bilhões poderão ficar de fora do teto de gastos (Emenda Constitucional 95, de 2016) e da meta de resultado primário (estimada em déficit de R$ 247 bilhões).

    A captação de recursos para o auxílio com títulos públicos não precisará seguir a regra de ouro, que proíbe o governo de contrair dívidas para o pagamento de folha salarial e manutenção de órgãos públicos e de programas sociais, entre outros compromissos.

    A primeira leva de pagamentos do auxílio chegou a R$ 292 bilhões para cerca de 68 milhões de pessoas, em duas rodadas: na primeira, foram pagas parcelas de R$ 600 por cinco meses; na segunda, chamada de “auxílio residual”, foram parcelas de R$ 300 durante quatro meses e com um público-alvo menor.

    Para 2021, segundo o governo, o auxílio será de R$ 175 a R$ 375 por quatro meses (março a junho). Para a família monoparental dirigida por mulher, o valor será de R$ 375; para um casal, R$ 250; e para o homem sozinho, de R$ 175.

    Fundos mantidos

    Em relação ao texto original, destaque do PDT aprovado em primeiro turno retirou toda a parte que proibia a vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos. Foram registrados 302 votos para manter o texto, mas o mínimo são 308. Houve 178 votos a favor do destaque.

    Com isso, a Constituição Federal continua com a redação atual no dispositivo que proíbe apenas a vinculação de impostos aos fundos, com algumas exceções. A criação de novos fundos será proibida se seus gastos puderem ser alcançados por meio da vinculação de receitas orçamentárias.

    Contenção fiscal

    Para a União, medidas de contenção de despesas com pessoal e com isenções tributárias serão acionadas quando for atingido um gatilho relacionado às despesas obrigatórias.

    No caso de estados, Distrito Federal e municípios, por causa da autonomia federativa, as medidas serão facultativas. Mas se os órgãos e poderes do ente federado não adotarem todas as medidas, o estado ou município em questão ficará impedido de obter garantia de outro ente federativo (normalmente da União) para empréstimos (internacionais, por exemplo), além de não poder contrair novas dívidas com outro ente da Federação ou mesmo renegociar ou postergar pagamentos de dívidas existentes.

    A PEC 186/19 prevê ainda que uma lei complementar sobre sustentabilidade da dívida poderá autorizar a aplicação dessas restrições. Na lei devem ser definidos, por exemplo, níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida e planejamento de venda de estatais para reduzir seu montante.

    Superávit

    Entretanto, outro artigo relacionado ao tema continua no texto aprovado, permitindo ao Executivo usar, até o fim de 2023, o superávit financeiro dos seus fundos públicos para pagar a dívida pública.

    Ficam de fora os fundos públicos de fomento e desenvolvimento regionais e, como o trecho da Constituição sobre vinculação não foi mudado, também não podem ser usados o Fundeb e os fundos de atividades da administração tributária.

    A medida vale inclusive para estados e municípios, mas se o ente federado não tiver dívida pública para amortizar, o dinheiro será de livre aplicação.

    Em dezembro de 2020, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei complementar (PLP 137/20) que autorizou o governo a usar o superávit acumulado de 2019 relativo a 26 fundos setoriais para combater a pandemia ou suportar queda de arrecadação.

    Restrições para a União

    Atualmente, o novo regime fiscal (EC 95) existe apenas para o governo federal e prevê a aplicação dessas medidas quando um órgão ou Poder passar do limite de despesas primárias na execução do orçamento de determinado ano. Essas despesas são limitadas à correção pelo IPCA desde 2017.

    Com a PEC, as medidas, ampliadas pelo texto, mas com exceções, serão acionadas se o projeto de lei do orçamento federal indicar que a despesa primária obrigatória (pessoal e previdência, por exemplo) passar de 95% da despesa primária total (inclui investimentos). As vedações são aplicáveis especificamente para o órgão ou Poder que passar desse limite e valerão durante todo o ano em que o orçamento for executado.

    O Poder Executivo é o que está mais próximo desse índice, com 92,4%, e a estimativa é que chegue a 95% em 2024.

    Entre as vedações estão a criação de cargo que implique aumento de despesa; a realização de concurso público para vagas novas; e a adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação.

    No caso do aumento de salários, de benefícios indenizatórios ou de criação ou aumento de outras vantagens, o texto da PEC inclui uma exceção para aqueles determinados por sentença judicial transitada em julgado ou por lei anterior ao início da aplicação das medidas de contenção de despesas, como o aumento concedido aos militares em 2019.

    Pessoal temporário

    Quanto à contratação de pessoal, novas exceções serão acrescentadas ao texto constitucional, permitindo a admissão temporária de pessoal e a reposição de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de formação de militares.

    Para o Poder Executivo, haverá ainda a proibição de conceder benefícios e incentivos tributários, renegociar dívidas e criar programas ou linhas de financiamento vinculadas a subsídios.

    Estados e municípios

    Os mesmos tipos de proibições serão aplicáveis aos estados e municípios, facultativamente, toda vez que uma apuração bimestral indicar que, nos 12 meses anteriores, a despesa corrente (despesas de custeio, exceto investimentos e de capital) chegar a 95% da receita corrente (receitas de tributos e transferências).

    Das 27 unidades da Federação, apenas Rio Grande do Sul (98,27%), Minas Gerais (96,9%) e Rio Grande do Norte (95,7%) atingiram esse limite.

    Ao Poder Executivo estadual, o texto permite o uso das medidas para seu orçamento quando o índice chegar a 85%. Isso será feito por meio de ato submetido ao Poder Legislativo, que terá 180 dias para votá-lo. Se o prazo estourar ou o ato for rejeitado, todas as ações tomadas com base nele serão consideradas válidas.

    Fonte: Agência Câmara 

  • Pacheco anuncia pauta do Plenário e convoca o Congresso para deliberar sobre vetos

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), confirmou pelo menos cinco propostas que estarão na pauta da sessão remota do Plenário da próxima terça-feira (16). Três dos projetos a serem votados fazem parte da chamada pauta feminina, enquanto dois são relacionados à saúde pública.

    Pacheco também convocou para quarta (17) e quinta-feira (18) sessão remota do Congresso Nacional, cuja pauta inclui 36 vetos presidenciais. A maioria dos vetos já foi publicada há mais de 30 dias, o que impediria a votação de outros temas pelo Congresso, como a proposta orçamentária para este ano (PLN 28/2020).

    Recursos para a saúde

    No caso do Plenário do Senado, o primeiro item a ser analisado é o Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/2021, que estende até o final do exercício financeiro de 2021, a autorização concedida aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para transpor e transferir saldos financeiros dos fundos de saúde, quando os valores forem provenientes de repasses do Ministério da Saúde.

    De acordo com o autor, senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), a Lei Complementar (LCP 172/ 2020), que autorizou a transferência dos recursos, permitiu que cerca de R$ 6 bilhões ociosos ao final de 2019 nas contas dos fundos de saúde dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios pudessem ser alocados em ações de enfrentamento da pandemia da covid-19 no ano passado. “Essa flexibilização orçamentária certamente contribuiu para que o trágico saldo de mortes pelo novo coronavírus fosse minorado, pois valorizou a autonomia dos gestores locais e regionais em aplicar escassos recursos de acordo com o desenrolar da pandemia de saúde pública” diz Heinze.

    Acompanhante na vacinação

    Para evitar fraudes na vacinação contra covid 19, o Projeto de Lei (PL) 496/2021 prevê o direito de se ter um acompanhante para registrar o momento da vacinação. De acordo com o texto, do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), desde que não dificulte o procedimento, a presença do acompanhante deve ser garantida. A obstrução de tal direito configurará crime punível com detenção de três meses a um ano, e multa, sem prejuízo da aplicação das sanções e medidas administrativas cabíveis, caso praticado por servidor público.

    O projeto permite que o registro de ocorrência do crime seja feito pela internet e assegura a celeridade da investigação policial ao reduzir o prazo legal do inquérito policial, no caso de não haver prisão em flagrante, dos trinta dias previstos no art. 10 do Código de Processo Penal para 20 dias.

    Prótese mamária

    Também na pauta, PL 2.113/2019 tem como relator o senador Flávio Arns (Podemos-PR). O texto, da deputada Laura Carneiro (MDB-RJ), regulariza a realização da reconstrução da mama em pacientes que sofreram mutilação decorrente de tratamento de câncer.  

    Em seu parecer, Flávio Arns destaca que a mastoplastia, procedimento para dar simetria aos seios e reconstruir mamilos, já está determinada na Lei 13.770, de 2018, que instituiu as mesmas mudanças previstas no projeto enviado pela Câmara.

    Equidade salarial

    Também da pauta feminina, outro projeto combate a diferença salarial entre homens e mulheres que exerçam atividades idênticas na mesma função na empresa. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 130/2011 altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para estabelecer multa, em favor da trabalhadora alvo da discriminação, equivalente a cinco vezes o valor das diferenças salariais constatadas durante o período de contratação. 

    Violência doméstica

    Já o Projeto de Lei (PL) 4.194/2019, do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO)  autoriza a concessão de medidas cautelares de imediato, sem oitiva do Ministério Público. Desse modo, permite a prisão preventiva e a imposição de medidas protetivas de urgência.

    O texto também altera a nomenclatura do delito de lesão corporal praticado no âmbito doméstico. “Detalhamos a tipificação da Lesão oriunda da Violência Doméstica e Familiar, de maneira a abarcar, também o âmbito familiar estendido”, explica Kajuru na justificativa do projeto.

    Sessão do Congresso 

    Na pauta das sessões remotas do Congresso marcadas para quarta (17) e quinta-feira (18) estarão 36 vetos presidenciais. A maioria deles já publicada há mais de 30 dias. Com isso travam a pauta, sendo que na semana seguinte, no dia 24, deve ser votado o Orçamento da União deste ano (PLN 28/2020).

    Os líderes partidários ainda devem se reunir na próxima semana para decidir como será a votação dos vetos. Entre os mais de 30 vetos que trancam a pauta do Congresso, o mais antigo é o VET 56/2019 – Parcial, que derrubou 22 dispositivos do chamado pacote anticrime, (PL)  6.341/2019, transformado na Lei 13.964, de 2019. Um dos pontos mais debatidos foi a criação da figura do juiz de garantias, responsável pela supervisão da investigação criminal, não sendo ele quem decidirá sobre o caso. A lei endurece penas para diversos tipos de crimes e aumenta a pena máxima aplicada no país de 30 para 40 anos. Um dos artigos vetados triplicava a pena para crimes na internet de injúria, calúnia e difamação.

    Outro veto polêmico é o VET 30/2020, que atingiu 18 dispositivos do Marco Legal do Saneamento Básico, o PL 4.162/2019, transformado na Lei 14.026, de 2020. Da forma que aprovado pelo Congresso, o texto facilitava privatizações no serviço de saneamento, prorrogava o prazo para o fim dos lixões e estabelecia cobertura de 99% para o fornecimento de água potável e de 90% para coleta de esgoto até o fim de 2033. Para isso, criava a obrigatoriedade de abertura de licitação, envolvendo empresas públicas e privadas, para contratação de companhias de água e esgoto.

    Auxílio emergencial

    Também aguardam a deliberação do Congresso os vetos ao auxílio emergencial à mulher provedora de família monoparental (VET 35/2020) e à compensação financeira aos profissionais e trabalhadores de saúde incapacitados para o trabalho em virtude da covid-19 (VET 36/2020), assim como os vetos à extensão do auxílio emergencial a agricultores familiares que não tivessem recebido o benefício (VET 46/2020) e à concessão do auxílio emergencial para atletas (VET 54/2020).

    Fonte: Agência Senado

  • Mais dez comissões elegeram presidentes; eleições continuam nesta sexta-feira

    Mais dez comissões permanentes da Câmara dos Deputados elegeram seus presidentes na manhã desta quinta-feira (11). Elas voltarão a funcionar na semana que vem, em regime semipresencial, depois de um ano paradas em razão da pandemia de Covid-19. 

    Confira as comissões que já elegeram seus presidentes nesta semana:

    Nesta sexta devem ser instaladas e eleitos os presidentes das seguintes comissões:

    – Esporte

    – Legislação Participativa

    – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

    – Relações Exteriores e de Defesa Nacional

    – Turismo

    Fonte: Agência Câmara 

  • Presidente da Câmara espera promulgação rápida da PEC Emergencial

    Após a aprovação da PEC Emergencial (PEC 186/19), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse esperar que a promulgação da proposta seja a mais rápida possível. Ele afirmou que os deputados fizeram apenas algumas exclusões no texto e, por isso, o parecer da consultoria da Câmara deve ser pelo encaminhamento da PEC diretamente à promulgação, sem necessidade de voltar ao Senado.

    “Aprovamos importantes ferramentas de controle de gastos. Uma sinalização muito forte para que o Brasil esteja atento a conter suas despesas, a se programar, a ter previsibilidade”, declarou.

    Lira também ressaltou a importância de, após a promulgação, o governo encaminhar medida provisória com o novo auxílio emergencial. “Espero que o governo esteja se movimentando e, como a MP tem efeitos imediatos, esperamos que a população possa ter o acesso mais rápido possível ao auxílio emergencial.”

    Próximas pautas

    Em entrevista à TV Câmara, Arthur Lira enumerou as próximas pautas a serem analisadas: Lei do Gás; reforma tributária (relatório da comissão mista); e reforma administrativa, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Ele também citou as propostas de privatização da Eletrobras e dos Correios.

    O presidente da Câmara defendeu ainda um programa de renda mínima permanente, mais inclusivo e com valor maior que o Bolsa Família. Ele afirmou que, para isso, foi preciso aprovar o controle de gastos na PEC Emergencial.

    Desvinculação do Orçamento

    Arthur Lira voltou a dizer que o Orçamento deveria ser totalmente desvinculado e lamentou não ter conseguido incluir esse ponto na PEC Emergencial. “Mas é um caminho que ainda iremos seguir para que não fiquemos nessa situação de 95% do Orçamento engessado com despesas obrigatórias, fazendo com que o teto de gastos esteja comprimido”, declarou.

    Para Lira, é preciso sinalizar para investidores internacionais que o Brasil tem capacidade de crescimento acima de 4% neste ano.

    Fonte: Agência Câmara

  • Governadores cobram mais UTIs e compra unificada de medicamentos pela União

    Governadores de cinco estados cobraram nesta quinta-feira (11) que o Ministério da Saúde volte a pagar por leitos de UTI usados no tratamento de pacientes com covid-19. Eles defenderam ainda a compra unificada de medicamentos e insumos pela União para evitar a alta de preços impostos por fornecedores. Os representantes de Amazonas, Bahia, Ceará, Piauí e Santa Catarina participaram de audiência pública remota promovida pela Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID19).

    O governador do Ceará, Camilo Santana, informou que, dos 1.013 leitos de UTI exclusivos para covid no estado, apenas 56 são credenciados pelo Ministério da Saúde — o equivalente a 5,5% do total. Ele disse que já cobrou do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o pagamento pelos leitos instalados e defendeu a intermediação do Congresso Nacional para superar o impasse.

    — O que está acontecendo? É a dificuldade de credenciamento. Eu tenho colocado isso com muita transparência para o ministro Pazuello. Estamos bancando esses leitos, mas tem um limite pelas condições econômicas dos estados e municípios. A minha sugestão é que o Senado e o Congresso ajudem a encontrar um mecanismo — disse.

    O senador Otto Alencar (PSD-BA) sugeriu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, trate com o Poder Executivo sobre a possibilidade de renovação do auxílio financeiro pago no ano passado a estados, Distrito Federal e municípios. Dos R$ 63,19 bilhões autorizados em 2020 por meio de créditos extraordinários, foram liberados R$ 63,15 bilhões — o equivalente a 99,94% do total.

    — O socorro a estados e municípios deu uma condição de atendimento razoável para instalação de hospitais de campanha e UTIs e para compra de equipamentos de proteção individual e insumos. Eu faria um apelo ao presidente Rodrigo Pacheco para observar a possibilidade de um novo projeto de socorro. Os estados não vão ter condição de tocar sozinhos com suas finanças esse trabalho de atendimento hospitalar, que é caríssimo — afirmou

    Bahia, São Paulo e Maranhão entraram na Justiça para assegurar o credenciamento dos leitos para covid-19 no Ministério da Saúde. Para o governador baiano, Rui Costa, a gravidade das novas cepas do coronavírus exige uma resposta rápida da União.

    — Nós abrimos 200 leitos na semana passada. Agora, estamos abrindo mais 200. As características dessa doença levam mais pessoas para a UTI. Só para dar um dado comparativo: no pico da doença no ano passado, tínhamos 30 mil casos ativos e chegamos a ter no máximo 800 pacientes na UTI. Agora, chegamos a 20 mil casos ativos e 1,4 mil pacientes na UTI. Ou seja: temos 10 mil casos ativos a menos e 600 pacientes a mais em UTI. Isso mostra a gravidade dessa nova variante e o quanto ela é mais agressiva — explicou.

    O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, também relaciona o “novo perfil” do coronavírus com a demanda por mais vagas em unidades de terapia intensiva. Embora o estado tenha criado mais de 400 leitos nos últimos 30 dias, há fila de espera por UTIs na capital e no interior.

    — Estamos vivendo um momento novo. Há uma diferença muito clara entre o que estamos vivendo em 2021 e o que vivemos em 2020. O que está por vir é algo extremamente sério e grave. O apoio federal para a remuneração de leitos de UTI para o enfrentamento dessa crise é fundamental — disse.

    O governador do Piauí, Wellington Dias, classificou como “um problema realmente grave” a falta de leitos de UTIs nos estados. Para ele, o Brasil já enfrenta a falência na rede de atendimento à população.

    — Nós já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Não vamos para ele, já estamos. Tem neste instante uma fila gigante. Estou falando de milhares, algo como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vagas de UTI e leito clínico. Ou seja: gente morrendo sem respirador. O pulmão não funciona mais, e ele não consegue ter o equipamento para auxiliar — alertou.

    “Leilão e chantagem”

    Os governadores criticaram a decisão do governo federal de deixar a cargo de estados e municípios a compra de medicamentos e insumos necessários para o tratamento dos pacientes com covid-19. Para eles, a medida provocou a elevação de preços — já pressionados pela escassez da oferta e pelo aumento da demanda internacional.

    Rui Costa classificou como “uma chantagem” a postura de laboratórios e fornecedores de equipamentos, medicamentos e insumos, que — segundo ele — fazem “um leilão” entre estados e municípios para elevar os preços. Costa ressaltou, no entanto, que a União também é responsável pelo aumento dos custos.

    — Dada a situação grave de todo o país, os insumos começam a ficar escassos. Como a compra infelizmente tem sido descentralizada, isso leva à elevação dos preços. Nós temos 27 estados e 5 mil municípios disputando preços de medicamentos. O beabá de economia diz: aumentou a procura, aumenta o preço. Se houvesse uma compra centralizada pelo governo federal, isso conseguiria segurar os preços — afirmou.

    Costa citou como exemplo a bomba de infusão, instrumento usado em UTIs para fazer a dosagem dos medicamentos. Antes da pandemia, o equipamento era cedido em comodato pelos fornecedoras. Agora, são oferecidos apenas para venda, a preços que o governador classifica como “extorsivos”.

    — É preciso conter esse abuso dos fornecedores, que estão buscando ganhos super extras nesse momento de desespero de estados e municípios. Eles cobram o preço que bem entendem. Os preços estão subindo à estratosfera. É fundamental que o Ministério da Saúde busque centralizar a aquisição de insumos para evitar esse leilão e essa chantagem. O mercado, que é cruel, fica usando o desespero de governadores e prefeitos para elevar de forma exorbitante o preço dos insumos — disse.

    Carlos Moisés deu outro exemplo concreto da distorção nos preços dos insumos. Ele abriu uma licitação para a compra de sete medicamentos usados na intubação de pacientes com covid-19. Após o estado divulgar quanto pagaria pelos produtos, os fornecedores apresentam proposta para vender apenas um item. Ainda assim, com quantidade limitada a 10% do que Santa Catarina demandava.

    — Tem que ter uma aquisição centralizada. O Ministério da Saúde deve intervir nos fabricantes, especialmente para esses sete medicamentos utilizados no kit de intubação. Uma intervenção de fato do governo para não desabastecer qualquer estado — defendeu.

    O relator da comissão temporária, senador Wellington Fagundes (PL-MT), demonstrou preocupação com o tema.

    — Na questão dos insumos, há necessidade talvez de compras centralizadas. O tabelamento de preços é um caminho? O governo federal tem instrumentos maiores do que governadores e prefeitos. Por isso, acredito mais do que nunca na colocação dos governadores: tem que ser tomada uma direção nacional única — disse.

    Oxigênio

    Os governadores comentaram ainda a possibilidade de colapso no fornecimento de oxigênio. O representante do Amazonas, Wilson Lima, lembrou que o estado foi o primeiro a atingir “um nível muito agudo de casos” e sofreu com a falta do produto. Em apenas 18 dias, o consumo de oxigênio mais que quintuplicou: saltou de 15 mil para 80 mil metros cúbicos por dia. Lima assegura que o Amazonas não corre mais risco de desabastecimento. Mas fez um alerta para o cenário que as outras regiões podem enfrentar nas próximas semanas.

    — Baseado no que a gente passou aqui, há uma perspectiva muito ruim no país. Os próximos dez dias serão muito difíceis. O risco de desabastecimento de oxigênio e medicamentos utilizados para intubação é de fato real. A diferença que temos no Amazonas em relação aos outros estados é que a logística é bem mais fácil para Sul, Sudeste Centro-Oeste e Nordeste — ponderou.

    Rui Costa assegura que na Bahia os hospitais estaduais e estabelecimentos equipados com UTIs não correm risco de desabastecimento. Mas admitiu que “municípios pequenos e mais distantes” podem enfrentar dificuldades no acesso a cilindros de oxigênio.

    — Nos hospitais estaduais e nos hospitais que têm UTIs, esse risco não existe porque trabalhamos com grandes tanques, grandes reservatórios. Temos um pulmão de reserva em cada unidade hospitalar, o que garante o abastecimento. O mesmo não posso dizer dos municípios pequenos e mais distantes que não têm UTIs, mas que fazem uso dos cilindros para a manutenção e o transporte do paciente. Os prefeitos relatam que as empresas não estão conseguindo fazer a reposição dos cilindros — disse.

    Recursos humanos

    Outro problema que preocupa os governadores é a falta de profissionais especializados. Para Rui Costa, a falta de pessoal é “o maior gargalo para expandir a rede de assistência”.

    — A formação de equipes — fechar plantão sete dias por semana, 24 horas por dia — tem sido o maior limitador para garantir a velocidade na abertura de leitos. Temos uma distribuição desproporcional no conjunto de médicos e especialistas no Brasil. As regiões Norte e Nordeste contam com uma proporção menor de médicos per capita do que o Sudeste e o Sul. De especialistas, uma proporção ainda menor. Esse até agora tem sido um limitador grande — disse o governador baiano.

    Wilson Lima alertou para a elevação na remuneração desses profissionais durante a pandemia.

    — Os recursos humanos são um problema que a gente começa a ter. Mão de obra especializada, principalmente médicos, intensivistas e enfermeiros. Há uma majoração nos preços e aí também naturalmente começa uma concorrência muito grande para que essa mão de obra possa ser disponibilizada — disse.

    Sequelas

    Wellington Dias, alerta para a proposta orçamentária de este ano (PLN 28/2020) que reduz em R$ 43 bilhões a verba prevista para a saúde em comparação com o ano passado. Ele lembra que, além dos pacientes com covid-19, o país precisa se preparar para atender “uma fila gigante de outras doenças e ainda os sequelados pós-covid”. Wilson Lima também demonstra preocupação com os pacientes já curados de covid-19.

    — Tem pacientes sequelados que precisam de um atendimento continuado. Dos pacientes que tiveram sequela e iniciaram o tratamento de recuperação, 70% abandonam o tratamento e, daqui a alguns dias, voltam de forma agravada e acabam indo a óbito. Esse é um desafio que a gente ainda precisa superar, de convencimento desses pacientes continuarem o tratamento pós-covid — afirma.

    Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), a rede hospitalar do país não está preparada para o tratamento das sequelas deixadas pela covid-19.

    — Essas sequelas são muitas vezes mentais, coronárias, renais. Quantas pessoas estão com problemas mentais por causa dessa doença? Quantas pessoas vão precisar de hemodiálise para o resto da vida? Nós não estamos preparados. Não tem um estado preparado para dar assistência a essas pessoas. Isso trará um problema muito grande para a saúde e para a gestão de governadores e prefeitos quando a covid-19 passar — afirmou.

    Fonte: Agência Senado

  • Projeto proíbe produção e comércio de plásticos que não sejam recicláveis ou biodegradáveis

    O Projeto de Lei 344/21 proíbe a produção e comercialização de alguns tipos de plástico, como o polietileno de tereftalato, conhecido pela sigla PET, que não sejam recicláveis ou biodegradáveis. O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, também proíbe o polietileno de alta densidade, o policloreto ou cloreto de vinila, o polietileno de baixa densidade e o polipropileno.

    Segundo a proposta, a fabricação de produtos com essas substâncias que não sejam recicláveis ou biodegradáveis deve ser encerradas em até 60 dias após a publicação da nova lei; a venda, em até 90 dias.

    “A medida está alinhada com o conceito de ‘retomada verde’, modelo econômico de baixo carbono considerado por muitos países como o ideal para o mundo pós-covid. Nessa nova economia, tecnologias poluentes e de alta emissão serão substituídas por outras, modernas e mais amigáveis ao meio ambiente”, diz o autor do projeto, deputado David Soares (DEM-SP).

    Ele cita um estudo da revista científica Science, publicado em setembro de 2020, o qual estima que mais de 20 milhões de toneladas de resíduos provenientes de polímeros acabarão nos oceanos até 2030 – o equivalente a 11% de todo lixo plástico gerado globalmente.

    Fonte: Agência Câmara